sábado, 24 de março de 2012

Review 3



Nemesea - The Quiet Resistance

Comentários gerais sobre o album: Nemesea não se enquadra num caso diferente, a banda também mudou bastante, porém para outra direção: enquanto as outras duas bandas citadas aqui anteriormente voltaram seus sons para a rapidez, Nemesea manteve o ritmo, o que mudou foi o estilo – parte do álbum é ‘gothic metal’ ao modo antigo e parte do álbum é ‘industrial metal’, parecido com a banda no link que se segue: http://www.youtube.com/watch?v=DZc-pZ4s28M . É um estilo que eu particularmente gosto bastante, então eu fiquei feliz com essa iniciativa da banda. Também acho importante destacar que Nemesea é uma banda que eu descobri o ano passado e, mesmo que eu tenha ouvido um único álbum, teve uma facilidade enorme de entrar para as favoritas.

Caught in the middle – A introdução do álbum apresenta as duas tendências. Já com essa faixa dá pra perceber todos os sons da obra anterior, mas com uma melhoria infinita na qualidade do som. É uma faixa interessante nas pausas propositais a fim de que se crie uma atmosfera diferente com o teclado como acontece em 0:36 min e 01:16 min (que é mais longa). É verdade que há toques eletrônicos, porém em nenhum momento a banda aderiu totalmente a esse estilo ao longo do álbum.

Afterlife – ‘Afterlife’ é a faixa que a banda usou para promover o álbum, eu vejo algo bom e algo estranho nisso: é bom porque eles não saíram mostrando mudança pra ganhar novos ouvintes, e é estranho porque pareceu também um tanto de insegurança uma vez que essa faixa é bem tradicional e garantia a permanência dos fãs. Nemesea não foge muito de Evanescence, são bandas nas quais o instrumental é um acompanhamento e trabalhar o instrumental de forma profunda, quando ocorre, se dá de uma forma experimental; por isso é complicado ficar descrevendo faixa por faixa, o importante para se lembrar é que nesse álbum existe certo tipo de trabalho de início e outro depois de ‘I live’.

Whenever – Essa é a minha segunda faixa favorita. Por quê? Porque ela tem uma característica musical que sempre fez eu me apaixonar por uma música: o refrão não sobe, ele desce. Com isso eu quero dizer que o instrumental e a vocalista sobem por um segundo, mas descem juntos e se mantém na descida por alguns segundos a mais, dando destaque para esse último momento. Um efeito de fazer borbulhar os sentidos. Gosto também da faixa porque ela desloca mais o uso dos instrumentos do que ‘Caught in the middle’ e ‘Afterlife’.

If you could – Nesse ponto eu acredito que a banda tenha perdido algo. E isso porque no álbum anterior, as faixas lentas ou ‘ballads’ causavam uma comoção muito grande no ouvinte, ao ponto de ter sido justamente uma delas que me fez gostar tanto da banda. Agora se eu tivesse ouvido ‘If you could’ para conhecer Nemesea, dificilmente teria baixado as demais músicas. Usaram um instrumental que foi sendo acrescentado gradualmente, mas talvez não tenham pensado direito se a melodia alcançaria as pessoas como ‘The way I feel’ havia feito - http://www.youtube.com/watch?v=H7Agt561bi8 .

High enough – Eis um dueto muito promissor: Charlotte Wessels, vocalista da banda de ‘symphonic metal’ Delain participa dessa música. O início é um padrão de pensamento para duetos: acompanhamento de bateria e a ênfase nas vozes das cantoras. O refrão é tanto mais longo e vai ganhando reforço dos demais instrumentos justamente para ampliar o alcance de ambas as vozes. O meu comentário mais particularizado é que essa música possui duas vozes excelentes, entretanto me enjoa rapidamente.

Say – Faixa favorita do álbum. Eu gosto de como a música muda de tempos em tempos sem te confundir mentalmente: até 00:20 min uma apresentação, em 00:40 min outra ideia toma o lugar, em 01:01 min o refrão e em 1:22 min o som com a guitarra é outro; tudo isto sem te deslocar sensorialmente. Em 02:29 min começa o momento mais perfeito do álbum, o solo de guitarra me soa como uma expressão sufocada – porque grave - e que quando a vocalista retorna dizendo ‘say it like it is’ parece uma libertação. Já de 03:29 min em diante a música é finalizada de forma clássica, o agudo da Manda com o teclado acompanhando e depois o som inicial usado de forma aparentemente mais longínqua? Sensacional.

It’s over – Essa música utiliza pela primeira vez até então o vocal masculino de forma mais palpável, isso não só dá um corpo musical bem agradável como em muitos momentos eu prefiro a voz dele, principalmente de início. Destaque para o solo de guitarra.

I live – Tal faixa é outra tentativa de ‘ballad’ que falha nos mesmos pontos de ‘If you could’ e creio eu que peca ainda mais porque o refrão tem de forçar sua aceitação no ouvinte, o trabalho do piano também é um tanto estático e se você prestar muita atenção no som repetitivo que ele faz vai cansar rápido. São boas faixas amortecedoras no sentido de relaxar a pessoa dos toques anteriores e prepará-la ou para retomá-los ou para colocá-la diante de algo novo.

Stay with me – O caso aqui é o algo novo. Apresento-lhes o uso do ‘industrial metal’ em Nemesea. A tentativa foi bem ministrada: a banda mantém a identidade de ‘gothic’ e usa o ‘industrial’ nos instrumentais que geralmente ‘sobram’, ou seja, início e em alguns pontos determinados da música. De forma geral os refrãos são feitos dentro dos antigos moldes. Destaque para os sons em 02:06 min.

Rush – ‘Rush’ tem algo de especial porque entra de cabeça – no início – nessa nova tendência da banda e me lembrou muito vagamente também o começo dessa música: http://www.youtube.com/watch?v=Zce1QaicJTs . O refrão volta ao normal, mas eu ainda não decidi se esse combinou ou não. De fato, não gera em mim muita estranheza, muito embora o desaguar não seja completamente natural. Em 03:28 min os novos sons vão se desenrolando, mas não deixe de reparar no teclado ao fundo.

Release me – Novamente o ‘industrial’ é transparente até o refrão. O que eu gosto em ‘release me’ é esse compasso do plano vocal e, também, o solo de guitarra que redireciona por alguns segundos a melodia da música lá pro seu final.

2012 – É complicado se expressar sobre essa faixa porque a banda saiu cem por cento do padrão e, embora eu reconheça como favoritas ‘Say’ e ‘Whenever’, não tem uma faixa que eu ame mais a sua criação em ‘The quiet resistance’ do que essa. ‘2012’ é uma faixa etérea e poderosa ao mesmo tempo, na qual há um caráter misterioso que vai te levando pra dentro até ela se energizar lá pros 02:52 min onde você se perde de vez. Se alguém me pedisse pra escolher uma música que definisse o que é o ‘industrial metal’ seria essa.

Allein – Heli Reissenweber é quem participa dessa música. Pelo que eu entendi ele já fez covers de Rammstein e foi chamado para fazer parte dessa faixa. Eu devo admitir que achei que fosse mesmo o Till Lindemann. ‘Allein’ é uma bela faixa de finalização, o misto de voz feminina em inglês com a voz masculina em alemão fez um trabalho de uma lógica interna muito condizente. Destaque para a pausa em 03:06 min.

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