quinta-feira, 26 de abril de 2012

Review 5


Lacuna Coil - Dark Adrenaline

Comentários gerais sobre o álbum: Lacuna Coil é uma banda que me encanta em vários sentidos: eles são de um país que me agrada, a Itália; tem uma tradição musical diferentona dentro dos gothic metal e já tiveram suas fases ‘negras’ e, com esse álbum, acredito que estejam retornando aos antigos parâmetros. É uma banda que se enquadra nos ramos Evanescence e Nemesea da coisa, então sem muitos detalhes.

Trip the darkness: Essa música começa com o que eu chamei de tradição da Lacuna Coil e também chamo atenção para o fato de ela parecer continuar de alguma outra música. O ‘Dark Adrenaline’ usou muito mix entre as vozes femininas e masculinas e, pra mim, essa preferência já se dá de Nemesea até Epica. ‘Trip the darkness’ tem um belo uso de guitarra e o refrão repetitivo que tem a função base de bandas como essa – que não deixam de ser boas, como Rammstein.

Against you – Continua a faixa anterior e eu diria que a amplia. ‘Against you’ é uma das faixas desse álbum que eu mais gosto porque a bateria me chama atenção de início e ela usa mais mudanças melódicas. Nem preciso dizer que de 01:50 min em diante a música alcança um ponto de completo êxtase, não é? Pois ela alcança e nem precisa mudar muito, só sabe usar a guitarra.

Kill the light – Faixa que possui um começo carismático. A ênfase logo é passada para a vocalista e o questionamento básico de Lacuna – às vezes eles aprofundam isso com temas religiosos, mas nesse álbum parece mais voltado para a decepção no amor e o existencialismo -, e permanece nesse esquema até o final, o qual encerra com o vocalista direcionando certas perguntas. Música bem feita.

Give something more – “My angel is long gone, I don’t wanna pray. Give me something more to sacrifice” como pode se ver, essa é uma das únicas músicas no álbum que questionam o assunto de tema religioso, tal assunto é uma marca em Lacuna desde os primeiros álbuns com músicas como ‘Heaven’s a lie’, eles sempre procuram provocar as pessoas com algumas perguntas e sentenças. Dou destaque especial para o refrão dessa música que é muito gostoso de ser acompanhado vocalicamente.

Upside down – O vocalista também começa com crises existenciais no sentido mais ‘perdido’ do termo. A música permanece na mesma por um longo tempo, só intercalando os vocalistas até 01:47 min, espaço esse que a guitarra faz um breve trabalho.

End of time – ‘End of time’ me dá certa nostalgia e eu não sei exatamente do quê. É uma canção que começa de forma muito bonita, sabendo usar o que há de melhor na voz da Cristina em combinação com a bateria. O vocalista também não fica pra trás, sua voz não é irritante em nenhum ponto da música. É o tipo de som bom pra praticamente qualquer momento no qual você precise se concentrar porque não é perturbante. Destaque para 02:40 min, ponto no qual a música muda para dar destaque ao refrão que logo retorna, parte fantástica.

I don’t believe in tomorrow – O início cria uma vibe quase sufocantemente misteriosa e eu aprecio bastante isso, assim como essa faixa no geral. O refrão particularmente é fraco, mas o caminho feito até ele e a letra são de grande perspicácia e possivelmente viciantes. Em 02:57 min também há uma explosão do vocal e do trabalho de guitarra muito interessante para o contexto apresentado, sem falar que ela se fecha com o mesmo som etéreo de fundo.

Intoxicated – ‘Intoxicated’ não é uma faixa que me chame atenção em praticamente nada a não ser o uso de vocal continuado em alguns pontos - estratégia sabiamente utilizada -, então eu vou aproveitar para fazer um apontamento: no álbum anterior, Shallow Life, as críticas permaneceram, porém o background musical havia mudado de perspectiva assim como ocorreu recentemente com a maioria das bandas destacadas aqui, eles pegaram tendências pop e eletrônicas e souberam usar numa dose bem pequena. No entanto, como pode se ver, eles voltaram ao modo 100% deles, seja uma reclamação de fãs ou a mera reflexão do grupo (ou ambos) eu gostei.

The army inside – O final do álbum me parece não só uma perda de força muito grande como quase que a escolha consciente de que ‘essas vão ficar pro final porque não chamam tanta atenção’ e de fato não chamam. ‘The army inside’ tem um refrão legal e aquele uso do vocalista masculino bem direcionado como antes.

Losing my religion – Acho que essa letra não fala da religião como antes, mas do existencialismo em si. Claro que há alusão à perda de fé, mas vai muito além disso. “Oh life, it's bigger, it's bigger than you” e parte daí… Essa música eu também gosto bastante, embora reconheça que não foi das mais bem pensadas ela tem uma belíssima melodia e reflexão que vale pelo álbum inteiro.

Fire – Essa faixa é a menor do álbum, ela chega a fazer cócegas nos ouvidos de tão rápido que passa e eu não consigo julgá-la direito: nada excepcional sobre o instrumental, nenhuma novidade vocal, nenhum destaque.

My spirit – E o tamanho de ‘Fire’ é compensado em ‘My spirit’ uma vez que esta é a faixa mais longa do álbum com seus 05:50 min, quase 6 minutos! Naturalmente a extensão leva a pensar como preencher esses minutos de forma mais completa para que o ouvinte não se canse e vá procurar uma dose de adrenalina mais imediata. Acredito eu que a música tenha cumprido essa tarefa, ela não me cansa pelo menos, principalmente porque os refrãos (que são relativamente lentos) não duram muito tempo, o que dura mais são os intervalos sonoros mesmo. A parte em italiano com o som da Cristina abruptamente de fundo retomando a melodia são 9 em 10 vezes arrepiantes, sem falar do trabalho após isso. Conclusão de álbum de alcance mais do que aprovado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário