quinta-feira, 23 de junho de 2011

Paixão pela sinceridade da alma.

I. Prefiro acreditar naquilo que me dilacera, na dor, que põe em pedaços todas as crenças ingênuas do segundo anterior. Prefiro o calor da verdade à incerteza da escuridão. Mas não se enganem! Para querer a luz você deve primeiro ter mergulhado no abismo.

II. Talvez não haja mesmo sequer uma certeza! Talvez só precisemos querer ter certezas. E quando elas se vão, substituímo-as por novas convicções - se a verdade era tal, que não se provou correta, o primeiro passo é pensar no oposto como verdadeiro. Ledo engano de nosso querido hominídeo.

III. Qualquer homem pode ser poeta, desde que ele esteja envolto em excesso de sentimentalismo. Mas o que é o excesso de sentimentalismo senão a perda de si mesmo? O que é a falta de um "eu" senão excesso de querer, de não querer e de medo?

IV. Falo em enganos, dos vislumbres do pensamento, do excesso de impulsos, da precipitação apaixonada; mas não de erros. Jamais poderei falar de erros como o que se foi até agora compreendido através dessa palavra.

Isto foi sim uma tentativa de performance na arte aforismática.

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