Não sobraram sentimentos.
Os objetos já não lhe pertenciam.
E, caso pertencessem, não mais faziam a menor diferença.
A janela traduzia um reflexo do irreconhecível.
Este era a coisa mais linda no recinto -
não porque tivesse qualquer materialidade,
muito reversamente, concretude é o que menos havia ali.
Tudo que avistava lhe parecia fora do lugar.
A perspectiva havia mudado, não tinha vestígios
de quando ou quanto – nem poderia ter.
A ausência de aceitação criara o sentimento de vazio
mal direcionado. A impossibilidade de ver
que os sentimentos ainda estavam ali originara algo mais bonito.
A visão transparente do caos naquele ambiente criara a beleza
na forma mais pura.